No último dia 26 de março, o Brasil recebia a notícia da partida de um dos seus maiores talentos populares, conhecido como "menestrel do Brasil". Morria Juca Chaves, aos 84 anos, vítima de complicações por problemas respiratórios. Mas esse texto trata de celebrar esse grande talento que o Brasil precisa conhecer, principalmente a nova geração que anda intoxicada pelos "MCs" da vida. Afinal estamos falando de um grande humorista, cantor e compositor. JURANDIR CZACZKES CHAVES. Esse era seu nome verdadeiro. Nasceu a 22 de outubro de 1938, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Era filho de um judeu austríaco e de de uma filha de um judeu lituano. Ele manteve sua carreira por 60 anos, sempre crítico político, sem dúvida, o maior de todos, pois não via cor, partido, nada. Tal coisa lhe custou a permanência no Brasil durante a famigerada ditadura militar, que não admitia críticas, e teve que passar um tempo em Portugal e na Itália. Foi também crítico da grande imprensa e do mercado fonográfico. Prevendo que não teria espaço nas gravadoras, lançou sua própria gravadora independente, a Sdruws Records.
Costumava-se apresentar com um violão nas costas e descalço, e ficou famoso pelo bordão: "Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar seu caviar". Algumas de suas canções mais conhecidas são "Caixinha, Obrigado", "A Cúmplice", "Menina", "Que Saudade", "Por quem sonha Ana Maria" e talvez a mais famosa de todas, "Presidente Bossa Nova". Mostrando sua imparcialidade, o mesmo que fizera críticas ao Regime Militar lançou a canção "Adeus em ritmo de Lava Jato", denunciando os escândalos de corrupção envolvendo o PT. Chegou a ser candidato a senador na Bahia pelo PSDC (atual DC), ficando em quarto lugar, tendo 19.603 votos. Suas propagandas em formato de poesia o distinguia dos demais candidatos.
Para encerrar esse texto, vale lembrar que Juca, que tanto denunciou de forma bem humorada a situação política do Brasil, também chegou a fazer uma campanha para relembrança do Holocausto, o crime cometido pelos nazistas contra os judeus. O próprio Museu do Holocausto postou uma homenagem à ele, postando uma foto de quando ele esteve no local, segurando o cartaz com os dizeres: "Holocausto. Não vou deixar acontecer de novo." Juca Chaves era próprio descendentes de judeus que sofreram perseguições na Europa naquele período tenebroso da História.
Vale pesquisar quem foi Juca Chaves, e mostrar à geração que anda intoxicada com "MC Pipokinha", e tantos outros MCs da vida, na tentativa de resgatar um período áureo da cultura brasileira que agora ficou mais pobre com a partida de Juca Chaves. E oxalá que apareçam outros "Jucas Chaves"
Descanse em paz, menestrel.