quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Caso Beatriz segue com inúmeras perguntas sem respostas

Passados seis anos e um mês de um crime bárbaro que chocou Pernambuco e em particular a cidade de Petrolina, o Caso Beatriz segue produzindo perguntas. Nesta semana, tivemos a prisão de um suspeito pelo assassinato bárbaro da pequena Beatriz Angélica Mota, que tinha apenas 7 anos, em dezembro de 2015. Mas o que chamou atenção foi a própria imprensa saber da prisão antes mesmo da família, a mais interessada na elucidação do crime. 

Lucinha Mota, a mãe da menina, declarou que tinha sido pega de surpresa, mas que se faria presente na coletiva que seria realizada no dia seguinte na Secretaria de Defesa Social. Lucinha quer justiça pela morte da sua filha, mas não a vingança a qualquer custo, como ela mesma deixou claro, que não quer ver inocente sendo condenado. A primeira dúvida: porque a mãe só soube da prisão pela imprensa?

O indivíduo, por sinal, já se encontrava preso, e teriam descoberto por exames de DNA. Ele próprio teria confessado o crime. Segunda pergunta: como é que ele já estava preso e não se sabia que ele tinha cometido esse bárbaro crime que foi notícia até nos jornais de nível nacional? 

No dia seguinte, os pais de Beatriz chegaram à sede da SDS, mas foram barrados. Só depois de muita insistência, eles conseguiram entrar. Terceira pergunta: por que queriam barrar os pais da vítima de um crime que seria supostamente esclarecido naquela manhã?

Durante a fala na SDS, o secretário Humberto Freire trouxe um fato novo sobre a quantidade de perfurações no corpo da vítima. Quarenta e duas facadas eram amplamente noticiadas até ontem sem a contestação da própria Defesa Social, mas o secretário surpreendeu ao afirmar que foram dez. Como justificativa, disse que o que há são 42 fotografias de ângulos diferentes e minimizou a nova informação, declarando que “é normal em laudos dessa natureza”.

Humberto ainda disse que o suspeito estava de passagem por Petrolina e que teria matado a garota para silenciá-la, em um momento que ele queria buscar dinheiro pra sair de lá. Disse ainda que não há indícios de outros participantes, que Beatriz foi escolhida ao acaso e que não houve "complô".  

Sandro Romilton, o pai da garota, classificou a entrevista como o"show de horrores". “Desde o início, falamos que chaves desapareceram, acesso a portas somente pelo lado de dentro, luzes e imagens de câmeras que foram apagadas. Funcionários da escola que deram cinco depoimentos, divergentes um do outro. Queremos saber o envolvimento dos funcionários com essa pessoa.” E nem o Ministério Público de Pernambuco se convenceu da elucidação do caso. Tudo isso, poucos dias depois de Lucinha Mota e Sandro Romilton serem recebidos pelo governador Paulo Câmara (PSB) e pedirem a federalização do caso. São dúvidas e questionamentos válidos, para esclarecer esse crime bárbaro e punir seu autor ou autores. Não pode haver impunidade.

 

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